Shiba Inu reforça a infraestrutura do Shibarium após ataque

Num universo onde a segurança determina a sobrevivência dos projetos, cada atualização torna-se um indicador de maturidade. Shibarium, a solução de layer 2 do projeto Shiba Inu, está a iniciar uma revisão crítica da sua infraestrutura. O objetivo é corrigir uma vulnerabilidade exposta e restaurar a confiança num ecossistema sob pressão. Esta transição técnica, longe de ser trivial, redefine os padrões de robustez exigidos no DeFi.

Uma mudança técnica: a migração da rede RPC

No dia 31 de outubro, o canal de informação da comunidade dedicado ao Shibarium anunciou uma grande atualização de segurança após um ataque ocorrido em setembro. No centro desta evolução está o sistema RPC (Remote Procedure Call), que assegura a comunicação entre utilizadores, aplicações descentralizadas e a blockchain.

“O antigo ponto de acesso público RPC do Shibarium será desativado dentro de duas semanas“, pode ler-se na mensagem publicada no X. Esta transição significa que o antigo ponto de entrada da rede deixará de funcionar, obrigando todos os utilizadores a migrarem para uma nova infraestrutura para manterem o acesso ao Shibarium.

De acordo com a equipa, esta migração visa reforçar a estrutura descentralizada da rede, garantindo ao mesmo tempo melhor fiabilidade técnica a longo prazo. Eis as principais mudanças anunciadas:

• Encerramento do ponto de acesso RPC legado: o antigo acesso público será permanentemente desativado dentro de duas semanas;

• Implementação de um novo ponto de acesso: os utilizadores devem atualizar agora as suas configurações de rede;

• Um objetivo de resiliência: esta mudança elimina um ponto único de falha e promove uma melhor distribuição do tráfego da rede;

• Preparação para uma arquitetura de longo prazo: a atualização faz parte de uma estratégia de infraestrutura mais sustentável e descentralizada.

Com esta evolução técnica, a equipa da Shiba Inu procura consolidar as bases do Shibarium, antecipando os desafios de escalabilidade e fiabilidade que as soluções de layer 2 enfrentarão nos próximos meses.

Um novo paradigma técnico para o ecossistema SHIB

Esta atualização não surge por acaso. É uma resposta a um incidente grave ocorrido em setembro, quando a rede Shibarium teve de ser temporariamente pausada para evitar uma possível corrupção de dados.

Ao contrário de um ataque estrutural à blockchain, a origem da vulnerabilidade veio de uma chave de validador. O hacker utilizou uma amplificação de staking de curto prazo, através de uma delegação de 4,6 milhões de BONE, para tentar ultrapassar limites e tomar o controlo da rede. Assim, não se tratou de uma vulnerabilidade intrínseca ao protocolo, mas sim de uma falha operacional explorada através de um vetor de governação.

Após este incidente, várias medidas de segurança foram implementadas. A Plasma Bridge, que permite a transferência de tokens BONE entre Ethereum e Shibarium, foi restaurada, e a equipa criou um sistema de blacklist para bloquear endereços maliciosos.

Adicionalmente, foi estabelecida uma janela de levantamento de sete dias, reforçando a segurança dos levantamentos de fundos na rede Shiba Inu. Estes ajustes visam prevenir a recorrência de um ataque semelhante e marcam uma evolução significativa na governação operacional do projeto.

A médio prazo, esta série de atualizações pode baralhar as cartas para o Shibarium, numa altura em que os projetos de layer 2 estão sob pressão para provar a sua resiliência. Num contexto de mercado instável, o preço do SHIB caiu 15,9% em outubro, quebrando a sua tendência de alta. Estas iniciativas são vistas como um sinal positivo de rigor e capacidade de resposta. Resta saber se serão suficientes para restaurar de forma sustentável a confiança dos utilizadores e atrair novos desenvolvedores para o ecossistema.