Coretime + expansão elástica: construindo uma lógica de negócios Web3 produtizada e sustentável para Polkadot!

Se observares o mercado Web3 atualmente, a maioria dos projetos segue um “modelo de negócio” que se parece com isto:

Lançar um token → Fazer várias rondas de airdrop → Criar uma tendência de valorização → Atrair tráfego especulativo → A equipa e os VC vendem → O projeto vai a zero.

Pode soar pessimista, mas este tem sido precisamente o modus operandi dominante do Web3 nos últimos anos.

Os airdrops substituíram o crescimento de utilizadores, o TVL substituiu a retenção de produto, e a promoção por KOL substituiu a validação de mercado.

O problema é que este modelo não é uma lógica de negócio, mas sim um ciclo de incentivos. Não é sustentável, muito menos escalável.

A verdadeira lógica de negócio deveria ser:

O projeto oferece valor de produto claro para um determinado tipo de utilizador → O utilizador está disposto a pagar → O projeto gera receitas → Reinveste recursos para otimizar o produto → Forma-se um ciclo virtuoso

Web3, enquanto “revolução de infraestrutura”, pode certamente adotar esta lógica de negócio.

Mas hoje queremos dizer: atualmente, a maioria dos projetos L1/L2 ainda não conseguiu implementar verdadeiramente esta lógica.

A maioria dos projetos de token não consegue fazê-lo porque:

• O token não está ligado a serviços reais (não há produto utilizável)
• Não existe um modelo de receitas (ninguém paga para usar o token, depende apenas da especulação)
• Não há mecanismo de consumo do token (inflação + inutilidade = rotação em falso)
• Não há valor de governação (DAO é apenas decorativo, os votantes não têm responsabilidade)

Por isso, só podem depender da “volatilidade”, e não de “receitas de serviço”.

No entanto, já começam a surgir exceções.

Polkadot, com o seu mecanismo Coretime e caminho de escalabilidade elástica, está a construir um dos raros percursos de lógica de negócio Web3 que é produtizado, estruturado e sustentável.

Antes de explorar este caminho, gostaria de lançar algumas ideias iniciais e falar um pouco sobre lógica de negócio.

O que é “lógica de negócio”?

Partindo dos princípios fundamentais, lógica de negócio é:

Resolver problemas reais para um determinado tipo de utilizador, formando um ciclo sustentável de troca de valor e feedback.

Inclui os seguintes cinco elementos-chave:

• Dor real: não é uma necessidade falsa, mas um problema que realmente preocupa alguém e que há vontade de resolver;
• Disposição para pagar: não depende de airdrops, mas de alguém disposto a pagar pelo produto ou serviço;
• Capacidade de entrega: há tecnologia, equipa e capacidade de entregar um produto estável;
• Ciclo de receitas fechado: o funcionamento do projeto pode ser autossustentável, sem depender indefinidamente de subsídios;
• Escalabilidade: caminho de crescimento claro, custo marginal não aumenta linearmente com o número de utilizadores.

Então, existe lógica de negócio na indústria Web3?

A minha resposta é: a “lógica de negócio potencial” do Web3 faz sentido, mas atualmente muitos projetos ainda não a implementaram de facto.

Vamos analisar a partir dos seguintes aspetos:

Princípios fundamentais: qual é o valor central do Web3?

Web3 normalmente promete:

• Mecanismo de confiança descentralizado (sem intermediários)
• Soberania do utilizador (controlo de ativos, identidade e dados)
• Sistema aberto e composável (qualquer um pode construir e participar)

Se estes valores conseguirem resolver problemas reais do mundo, e de forma melhor, mais barata e eficiente, então têm lógica de negócio.

Mas, na realidade, os problemas que encontramos são:

1. Muitos projetos não resolvem claramente o problema de quem e qual problema

• “Somos uma plataforma social on-chain” — mas os utilizadores não aparecem, ninguém paga
• “Somos a próxima geração de plataforma de emissão de ativos” — mas ninguém realmente faz captação de recursos ou transações nela
• O que resolvemos são mais “narrativas da indústria”, não “dores dos utilizadores”

2. O modelo depende de especulação e subsídios, não de um modelo de receitas autossustentável

• Tokenomics desenhado como “lançar token→atrair tráfego→subsidiar market making→sair com valorização”
• Falta de receitas reais, fluxo de caixa e retenção de utilizadores

3. Ciclo de negócio interrompido

• Sem utilizadores→não é possível validar o produto→não há dados reais→sem feedback positivo
• Quando o dinheiro acaba, todo o ecossistema colapsa

Então, atualmente existe lógica de negócio válida no Web3?

Sim, existe.

• DeFi: oferece ferramentas financeiras reais, satisfazendo necessidades de alavancagem, liquidez e liquidação transfronteiriça dos utilizadores (embora o risco de financeirização seja alto, a lógica de negócio é clara)
• Infraestrutura: carteiras, pontes cross-chain, oráculos, frameworks de desenvolvimento, etc., fornecem “água e eletricidade” para outras aplicações, com clientes e valor de serviço claros
• Jogos on-chain / plataformas de conteúdo (se bem executados): trazem novas formas de criação e monetização através de ativos composáveis e identidade on-chain
• L2 / Appchain / Rollup-as-a-Service: se conseguirem baixar a barreira para desenvolvedores e ajudar a construir experiências diferenciadas on-chain, também têm lógica de negócio
• Tokenização de ativos do mundo real (RWA): assim que a regulamentação e a tecnologia o permitirem, ativos programáveis on-chain e liquidação automática transformarão radicalmente a eficiência das finanças tradicionais

Portanto, resumindo: Web3 tem lógica de negócio, mas não é “automática”. Tem de partir da resolução de problemas reais, e não da criação de um ciclo fechado de bolha em torno do token.

Os projetos que realmente implementam a lógica de negócio não se limitam a proclamar o conceito Web3, mas usam ferramentas Web3 para resolver problemas reais, formando um ciclo fechado “produto→utilizador→receita→reinvestimento”.

O dilema real do Web3: proliferação de “pseudo-negócios” movidos por tokens

Em teoria, a indústria Web3 pode ter lógica de negócio, e para que uma indústria se desenvolva a longo prazo, tem de formar a sua própria lógica de negócio. Mas temos de encarar a realidade: o crescimento do Web3 nos últimos anos foi impulsionado principalmente por incentivos de tokens.

• Usar airdrops para atrair utilizadores, que depois de aproveitarem vão-se embora;
• Criar hype para atrair atenção, depois do pump vem o dump e o projeto vai a zero;
• Usar TVL para fingir crescimento, mas sem DAU nem cenários de uso reais.

O problema fundamental destes modelos é: falta de troca de valor real entre produto e mercado. Assim que os incentivos param, tudo colapsa.

Então, projetos que lançam tokens podem desenvolver um verdadeiro modelo de negócio?

O pré-requisito é que o token faça parte da funcionalidade intrínseca do produto, e não apenas um instrumento de captação de recursos ou incentivo de curto prazo.

Depender apenas da valorização do token não é modelo de negócio, é sistema especulativo.

Mas se um projeto conseguir que os utilizadores tenham de usar o token para obter valor de serviço, então pode tornar-se um sistema de negócio nativo Web3.

Portanto, para que Web3 se torne um verdadeiro sistema económico, tem de construir produtos “pelos quais os utilizadores estejam dispostos a pagar”.

Então, em que fase está Polkadot em termos de lógica de negócio?

Narrativa financeira (2019 – 2021)

Características: emissão de tokens, leilões de slot, retorno de investimento em DOT.

Exemplos em Polkadot:

• Leilões de slots de parachain (Crowdloan) atraíram milhares de milhões de dólares em DOT bloqueados
• Equipas e developers afluíram para construir vários parachains

Limitações:

• Dependência extrema da especulação e do preço do DOT
• Com o tempo, surgiram problemas de barreira de entrada e mecanismos económicos nos parachains

Narrativa de infraestrutura (2022 – 2023)

Características: repensar as limitações do Polkadot desde a base, enfatizando modularidade, flexibilidade económica e técnica, interoperabilidade entre cadeias, etc.

Exemplos em Polkadot:

• XCM tornou-se o padrão de comunicação entre cadeias
• FRAME e Substrate permitiram desenvolvimento de cadeias altamente modulares
• Fim do modelo de leilão de slots, introdução do modelo Coretime
• Transição total para governação OpenGov

Narrativa de economia real (2024 – ?)

Características: gradualmente transformar recursos computacionais em produtos, servir cenários reais, gerar receitas reais e fechar o ciclo de produto.

Estado atual do avanço do Polkadot:

1. Infraestrutura entra na fase de uso por clientes reais:

• Coretime lançado, escalabilidade elástica será lançada no final de agosto deste ano, projetos como Mythical Games, peaq, Hyperbridge, Hydration já se preparam para expandir recursos de cadeia com base em Coretime
• Portal de implantação PDP está a ser lançado, tornando a implantação de cadeias tão acessível quanto um produto SaaS
• JAM e PolkaVM estão a tornar os recursos computacionais do Polkadot ainda mais poderosos

2. Governação on-chain torna-se infraestrutura de serviço público:

• OpenGov financiou centenas de projetos em áreas como RWA, educação, governo, incentivos ao desenvolvimento

3. Mas há poucos utilizadores reais na camada de aplicação, DAU baixo, falta de “experiência on-chain killer”

• Comparado com os NFT de consumo e carteiras móveis da Solana, os produtos finais do Polkadot têm pouca visibilidade
• O modelo Rollup ainda não chegou ao consumidor final (ainda é B2B)

Então, Polkadot já tem lógica de negócio?

Como mencionado anteriormente, para que Web3 atinja escala, é necessário passar do “ciclo de incentivos movido a token” para o “ciclo de valor movido a produto”. O problema é que a maioria dos projetos ainda está na primeira fase.

Mas Polkadot está a seguir um caminho menos percorrido, mas com mais potencial de longo prazo.

Não depende de buzzwords ou FOMO, mas sim de um conjunto de designs de produto sistémicos, construindo gradualmente um dos poucos modelos de negócio reais no mundo Web3. O núcleo deste modelo reside em dois mecanismos-chave:

1. Coretime: transformar o “direito de execução da blockchain” em produto

• Coretime é o “recurso computacional ao nível de cadeia” do Polkadot, tal como a AWS aluga CPUs, Polkadot vende o tempo central da sua cadeia principal, permitindo que outros projetos implementem Appchains ou Rollups.
• Os projetos já não precisam de leiloar slots ou fazer staking de 100 mil DOT, podem comprar recursos computacionais por hora, conforme necessário, alugando de forma elástica.
• Todos os recursos têm de ser pagos em DOT.

Isto significa: DOT está ligado aos recursos on-chain, recursos são receitas, receitas são cenários de uso, formando um ciclo virtuoso.

2. Escalabilidade elástica (Elastic Scaling): transformar o crescimento de recursos num produto elástico

• Qualquer cadeia pode começar com 1 núcleo e expandir conforme o negócio cresce.
• Mythical Games, peaq, Hydration, Mandala e outros já anunciaram que vão operar cadeias de produção sob o modelo Coretime.

O significado deste mecanismo é:

O uso de recursos Web3 pode finalmente ser como os serviços cloud Web2, proporcionando uma experiência de produto “faturável / escalável / controlável”.

Últimas notícias: a escalabilidade elástica será lançada no final de agosto ou início de setembro! Mas já há várias equipas a manifestar interesse em comprar múltiplos núcleos para expandir os seus negócios!

PDP: interface de entrega produtizada

O Polkadot Deployment Portal (PDP) é a interface de implementação de tudo isto, oferecendo:

• Implementação de Rollup com um clique
• Renovação automática de Coretime
• Monitorização de estado, ferramentas para desligar cadeias

O surgimento do PDP marca que Polkadot deixou de ser um “brinquedo de developers” e começou realmente a fornecer serviços de produto para equipas Web2.

Assim, até agora, vemos claramente a mudança de modelo do Polkadot. O ciclo fechado completo desta lógica de negócio é:

DOT → comprar Coretime → lançar Appchain → fornecer serviço on-chain → reinvestir receitas → aumentar consumo de recursos → aumentar procura de DOT

Em vez de:

Lançar token → airdrop → criar hype → sair → morte do projeto

A diferença entre estes dois caminhos determina se um ecossistema caminha para a bolha ou para a infraestrutura.

Portanto, olhando para os “cinco elementos da lógica de negócio” discutidos acima, Polkadot já está bastante completo na camada de infraestrutura:

Não é quem faz mais rápido, mas quem implementa a “sustentabilidade” primeiro

O caminho do Polkadot não é o mais simples, nem o mais fácil de contar histórias, mas é o que tem mais potencial de “produtização + comercialização”.

O mecanismo de mercado do Coretime + entrega de produto do PDP + coordenação de governação do OpenGov dão-lhe a capacidade de construir um “sistema económico real on-chain”.

Quando cada vez mais equipas deixarem de lançar cadeias por especulação, e passarem a alugar Coretime para servir utilizadores, construir negócios e implementar sistemas reais!

Esse será o momento em que o Web3 entra verdadeiramente na era dos negócios.

E Polkadot está a lançar as bases para isso!