- Os Emirados Árabes Unidos proibiram o Bitcoin sob uma nova lei do Banco Central publicada no Diário Oficial e com entrada em vigor a partir de 16 de setembro.
- Apesar das manchetes chamarem a lei de “proibição do Bitcoin”, a lei não impede que indivíduos possuam Bitcoin ou utilizem carteiras privadas para uso pessoal.
Os Emirados Árabes Unidos promulgaram o Decreto-Lei Federal nº 6 de 2025, com entrada em vigor a partir de 16 de setembro, expandindo significativamente a supervisão do Banco Central sobre a infraestrutura de ativos digitais. Substituindo o estatuto bancário de 2018, a lei introduz novos requisitos de licenciamento que abrangem uma ampla gama de ferramentas e serviços relacionados a criptoativos.
Millom Ohtamaa, cofundador da Trading Protocol, publicou no X dizendo: “Tenho más notícias para todos os cripto habibis em Dubai, é real.”
Segundo o Artigo 62, o Banco Central agora está autorizado a regular não apenas instituições financeiras tradicionais, mas também fornecedores de tecnologia, como carteiras de autocustódia, exploradores de blockchain, plataformas de análise, APIs e protocolos descentralizados que “participem, ofereçam, emitam ou facilitem” atividades financeiras.
No post de Ohtamaa, ele afirmou que simplesmente promover ou anunciar serviços de cripto não licenciados, inclusive por meio de sites, redes sociais ou e-mail, pode ser classificado como uma atividade financeira regulada.
A lei introduz punições severas para o não cumprimento. De acordo com o Artigo 170, atividades financeiras não licenciadas, incluindo a facilitação por meio de tecnologia, podem resultar em prisão e multas que variam de AED 50.000 a AED 500 milhões, aproximadamente até US$ 136 milhões.
Nos últimos anos, os Emirados Árabes Unidos se posicionaram como um centro global de inovação em blockchain, criando estruturas de licenciamento favoráveis a cripto em zonas francas financeiras como a VARA em Dubai e a ADGM em Abu Dhabi.
A linguagem ampla da lei gerou temores de que o clima anteriormente favorável à cripto nos Emirados Árabes Unidos possa mudar para um controle mais centralizado da infraestrutura de ativos digitais.
A nova lei do Banco Central se estende por todo o país, incluindo essas jurisdições anteriormente mais flexíveis, levantando questões sobre se desenvolvedores, corretoras e fornecedores de carteiras continuarão a oferecer serviços aos usuários dos Emirados Árabes Unidos ou se irão se retirar para evitar riscos de conformidade.
As entidades agora têm um ano a partir da data de entrada em vigor da lei para cumprir os novos requisitos de licenciamento. Na Europa, os reguladores concordaram em proibir pagamentos em dinheiro acima de €10.000 e exigir identificação para todas as transações de Bitcoin a partir de 2027, sinalizando uma tendência mais ampla de supervisão global mais rigorosa para ativos digitais.
Adoção do Bitcoin
A SoFi Technologies lançou a SoFi Crypto, tornando-se o primeiro banco federalmente autorizado nos Estados Unidos a oferecer negociação de criptomoedas integrada diretamente em seu aplicativo. O serviço permite que os clientes comprem, vendam e armazenem uma ampla gama de ativos digitais, com o Bitcoin permanecendo como o principal foco.
O interesse em Bitcoin também está crescendo no nível dos bancos centrais. O Banco Nacional Checo (CNB) lançou seu primeiro portfólio de ativos digitais, alocando US$ 1 milhão entre Bitcoin, uma stablecoin atrelada ao dólar americano e um depósito bancário tokenizado. O CNB planeja divulgar relatórios trimestrais de transparência detalhando o desempenho e a composição de seus ativos digitais.
Na Ásia, tanto o Primeiro-Ministro quanto o Banco Central de Taiwan comprometeram-se a avaliar o Bitcoin como um potencial ativo de reserva estratégica, colocando Taiwan no caminho para se tornar o primeiro país da região a testar reservas oficiais de BTC, à frente do Japão e da Coreia do Sul.
Enquanto isso, na Europa, o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) manifestou publicamente seu apoio à criação de uma reserva nacional de Bitcoin.
No mercado, o Bitcoin caiu recentemente abaixo de $100.000, sendo negociado atualmente a $95.670, uma queda de 5,95% na última semana. O analista Ali Martinez observou que, se o BTC cair “abaixo de $95.930, os próximos níveis-chave de suporte para o Bitcoin $BTC estão em $82.045 e $66.900.”
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