Número de milionários em cripto aumenta 40% e chega a quase 250.000 em meio a boom 'histórico' de riqueza em bitcoin, estima relatório

Um novo relatório sobre riqueza em criptomoedas da empresa de residência por investimento Henley & Partners, em colaboração com a companhia global de inteligência de riqueza New World Wealth, estima que a indústria já criou 36 bilionários e 241.700 milionários, totalizando mais de US$ 3,3 trilhões em valor de mercado — um aumento de 45% em relação ao ano anterior.

O relatório, que faz uma análise aprofundada do mundo dos criptoativos, riqueza privada e tendências de migração de investimentos, também afirma que, dos 36 bilionários criados no setor de cripto — um aumento de 29% em relação ao ano anterior — 17 vêm da riqueza em bitcoin, após uma taxa de crescimento anual de 55% no que descreve como um boom de riqueza "histórico".

Aproximadamente 60% dos 241.700 milionários em cripto vêm do bitcoin, e 450 são centimilionários — possuindo US$ 100 milhões ou mais. O número total de milionários em cripto cresceu 40% em relação ao ano anterior, impulsionado por um aumento de 70% apenas entre os milionários de bitcoin.

"Esse crescimento significativo coincide com um ano decisivo para a adoção institucional, destacado pelo lançamento das primeiras criptomoedas por um Presidente e uma Primeira-Dama dos EUA em exercício," disse a Henley & Partners em comunicado.

No entanto, para colocar isso em perspectiva, 241.700 milionários em cripto representam apenas 0,4% dos estimados 60 milhões de milionários no mundo, de acordo com o mais recente relatório de riqueza global do UBS.

A metodologia por trás dos números envolve a New World Wealth rastreando os movimentos e hábitos de consumo de mais de 150.000 indivíduos de alto patrimônio, combinados com dados onchain e informações públicas de exchanges de cripto para modelagem de riqueza até junho. A Henley & Partners não divulgou nenhum nome de indivíduos em seu banco de dados.

O estudo também estima que o número total de usuários que possuem cripto no mundo seja de 590 milhões — cerca de 7,4% da população global aproximada de 8 bilhões e um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Os detentores de bitcoin são estimados em 295 milhões desse total — um aumento de 7% em relação ao ano anterior.

O CEO da JAN3, Samson Mow, disse que as implicações filosóficas dessa mudança são imensas, destacando o confronto entre os sistemas de dinheiro tradicional e digital.

"Em qualquer horizonte de longo prazo, a moeda fiduciária tem um destino: infinito. O bitcoin, ao contrário, tem o oposto: 21 milhões," observou ele. Esse contraste entre expansão infinita e oferta fixa, argumenta Mow, é "o paradoxo definidor da nossa era" enquanto os governos enfrentam uma forma de riqueza além do seu controle monetário.

Cingapura, Hong Kong e EUA lideram métricas de adoção de cripto

O estudo também apresenta um "Índice de Adoção de Cripto", classificando países com base na adoção pública e de infraestrutura, inovação, fatores fiscais e regulatórios. Cingapura, Hong Kong e os Estados Unidos lideram a lista geral, indicando que essas nações criaram os ambientes mais favoráveis para o crescimento do setor de cripto.

Os EUA ocupam o primeiro lugar em adoção pública, Hong Kong em infraestrutura e Cingapura em inovação. Austrália e Cingapura dividem o topo da lista para o melhor ambiente regulatório, enquanto Mônaco e os Emirados Árabes Unidos lideram em termos de benefícios fiscais, segundo o relatório.

Cingapura, Hong Kong e os EUA também lideram o ranking da Henley & Partners para os melhores programas de migração de investimentos — permitindo que investidores ricos em ativos digitais obtenham permissões de residência alternativa e cidadania nesses países.

O rápido surgimento dessa nova classe de riqueza em cripto está levando governos, autoridades fiscais e gestores de patrimônio a enfrentar uma nova realidade desconhecida, segundo Dominic Volek, Head de Clientes Privados do Grupo Henley & Partners.

"Enquanto cerca de US$ 14,4 trilhões em riqueza cruzaram fronteiras nacionais em 2024, toda a arquitetura das finanças modernas pressupõe que o dinheiro tem um endereço fixo — mas a criptomoeda não tem," disse ele. "Por milênios, armazenar riqueza significava ancorá-la a um lugar. Mesmo com a banca digital, era necessário um endereço residencial e um número de identificação fiscal apenas para abrir uma conta. Hoje, a criptomoeda tornou a geografia opcional — com nada além de 12 palavras memorizadas, um indivíduo pode garantir um bilhão de dólares em bitcoin, instantaneamente acessível tanto de Zurique quanto de Zhengzhou."