"O ciclo de 4 anos está morto, viva o rei": K33 afirma que a nova era do Bitcoin quebra todas as regras antigas

O manual histórico do Bitcoin não é mais relevante, de acordo com o relatório de outubro da empresa de pesquisa e corretora K33, que argumenta que o conhecido ciclo de halving de quatro anos — outrora o metrônomo do mercado — tornou-se obsoleto devido ao aumento da adoção institucional, participação soberana e alinhamento com políticas macroeconômicas.

O Bitcoin atingiu novos recordes históricos esta semana tanto em dólares americanos quanto em euros — seu primeiro recorde denominado em euro desde janeiro de 2025.

“O ciclo de 4 anos morreu, vida longa ao rei”, escreveu Vetle Lunde, chefe de pesquisa da K33, no relatório, sugerindo que desta vez é realmente diferente e que o bitcoin entrou em um regime fundamentalmente novo, onde forças estruturais, e não o frenesi do varejo, ditam sua trajetória.

No entanto, Lunde reconheceu que o mercado parece superaquecido no curto prazo, observando que a exposição em bitcoin ETF e derivativos disparou em mais de 63.000 BTC (US$ 7,75 bilhões) em uma única semana — a maior acumulação de 2025. O interesse aberto em futuros da CME saltou em quase 15.000 BTC, enquanto ETFs dos EUA absorveram mais de 31.600 BTC em sete dias. Historicamente, picos semelhantes marcaram topos locais e movimentos de reversão à média. Ainda assim, o analista espera apenas uma consolidação de curto prazo, e não uma reversão estrutural.

A K33 posiciona o rali de 2025 como o antítese dos picos eufóricos anteriores do bitcoin. Em 2017, o otimismo com o lançamento dos futuros da CME alimentou um topo explosivo, e em 2021, o sonho dos ETFs terminou com a rejeição da Securities and Exchange Commission. No entanto, em 2025, esses sonhos se tornaram realidade, disse Lunde, e o bitcoin agora é uma parte material do mercado institucional global.

A BlackRock agora administra cerca de US$ 100 bilhões em ativos de bitcoin ETF, o Morgan Stanley está orientando clientes para alocações em cripto de até 4%, e Washington D.C. adotou uma agenda favorável às criptomoedas — incluindo a Reserva Estratégica de Bitcoin do presidente Trump e planos para abrir planos 401(k) para ativos digitais, observou o analista.

“Durante o clímax de 2021, uma política monetária mais rígida e a esperada sobriedade pós-COVID coincidiram com o pico. Em 2026, espera-se que Trump substitua Jerome Powell por um marionete favorável ao corte de juros, apagando o fogo do expansivo Big Beautiful Bill com gasolina”, disse Lunde. “A abundância, em vez da austeridade restritiva, está nos planos, um cenário claramente favorável a ativos escassos como o bitcoin.”

Sem pico em outubro?

Embora a análise fractal histórica sugira que o bitcoin pode estar se aproximando de um topo cíclico — 1.051 dias desde o fundo de novembro de 2022, aproximadamente igualando as expansões de cerca de 1.060 dias dos ciclos de alta anteriores — Lunde descartou tal simetria como coincidência.

“Fractais são preguiçosos”, disse ele. Em vez disso, a K33 aplica uma estrutura de seis partes de fatores de risco de mercado, incluindo avaliação de taxas de financiamento, RSI, queda na dominância do bitcoin, volumes de perps versus spot, tendências sociais e dinâmica de oferta. 

Apenas dois indicadores — divergência perp/spot e um RSI sobrecomprado — atualmente estão em alerta vermelho. Pela métrica da K33, isso mantém o mercado fora da “zona de perigo” típica dos topos anteriores, e significa que a ação de preço do bitcoin permanece saudável. “Nada aponta para outra repetição do temido ciclo de 4 anos”, concluiu Lunde.