Queda do Bitcoin está fora de questão, já que o ciclo de quatro anos acabou: Arthur Hayes

De acordo com Arthur Hayes, diretor de investimentos e cofundador da Maelstrom, é improvável que o bitcoin entre em um mercado de baixa nos próximos meses, já que se espera que condições monetárias favoráveis prevaleçam, tornando obsoleto o tradicional ciclo de halving de quatro anos.

Em um ensaio intitulado "Long Live the King!" publicado na quinta-feira, Arthur Hayes argumentou que o principal catalisador dos mercados de baixa anteriores do bitcoin em 2014, 2018 e 2022 foi o aperto monetário nas principais economias, e não o ciclo de halving de quatro anos. Em todas essas ocasiões, o preço do bitcoin despencou de 70% a 80% em relação ao pico do mercado de alta.

A CoinDesk fez um ponto semelhante em 2023, explicando que o ciclo de alta e baixa de quatro anos do BTC, centrado nos halvings das recompensas de mineração, está na verdade atrelado às flutuações na oferta de dinheiro fiduciário e liquidez, e não apenas aos eventos de halving.

"À medida que o quarto aniversário deste quarto ciclo se aproxima, os traders desejam aplicar o padrão histórico e prever o fim desta alta", escreveu Hayes, explicando que o ciclo de quatro anos está morto e que o iminente dilúvio de liquidez fiduciária manterá o mercado de alta em andamento.

O ciclo de halving

Halving refere-se à redução programada na emissão de BTC por bloco a cada quatro anos.

Desde sua criação em 2009, o BTC normalmente seguiu um ciclo de aproximadamente quatro anos, caracterizado por uma alta que antecede e sucede o halving quadrienal das recompensas, seguida por um intenso mercado de baixa que geralmente começa de 16 a 18 meses após o evento de halving.

O halving mais recente, o quarto do Bitcoin, ocorreu em abril de 2024. Por isso, alguns participantes do mercado podem estar preocupados que a tendência de alta do BTC atinja o pico em breve, potencialmente abrindo caminho para um mercado de baixa que dure um ano.

Desta vez é diferente

O atual mercado de alta provavelmente continuará, invalidando o ciclo de quatro anos, pois espera-se que as condições monetárias permaneçam acomodatícias, com o crescimento da oferta de dinheiro provavelmente acelerando em vez de contrair.

O governo dos EUA e seu banco central já estão em modo de afrouxamento e o Japão pode em breve se juntar ao movimento, já que o novo primeiro-ministro é um grande defensor da estratégia ultraestimulativa Abenomics.

"Nos EUA, o recém-eleito presidente Trump quer aquecer a economia. Ele fala rotineiramente sobre o crescimento da América para reduzir sua carga de dívida", observou Hayes. "Trump também fala sobre reduzir o custo da habitação para liberar trilhões de dólares em patrimônio imobiliário retido devido ao rápido aumento dos preços das casas após 2008."

O Federal Reserve cortou as taxas de juros em 25 pontos-base para cerca de 4% em setembro de 2025 e espera-se que implemente reduções adicionais totalizando até 100 pontos-base nos próximos 12 meses, sinalizando uma postura monetária mais acomodatícia.

Por fim, Hayes observou que, embora a China possa não ser tão estimulativa quanto em altas anteriores do Bitcoin, o foco de Pequim em acabar com a deflação sugere que é improvável que drene a liquidez fiduciária, apoiando ganhos contínuos de preço para o BTC.

Hayes resumiu essa perspectiva dizendo: "Ouça nossos mestres monetários em Washington e Pequim. Eles afirmam claramente que o dinheiro será mais barato e mais abundante. Portanto, o Bitcoin continua a subir em antecipação a esse futuro altamente provável."