Dados do ADP emitem novo alerta: empresas dos EUA cortam 11 mil empregos por semana

Recentemente, várias empresas conhecidas anunciaram demissões em larga escala, levantando preocupações no mercado sobre uma possível fraqueza adicional no mercado de trabalho. O novo relatório semanal de empregos da ADP, divulgado hoje, confirmou essas preocupações.

De acordo com os dados divulgados pela ADP na terça-feira, nas quatro semanas até 25 de outubro, as empresas americanas demitiram em média 11.250 pessoas por semana. Esses dados indicam que, em comparação com a primeira metade de outubro, o mercado de trabalho desacelerou na segunda metade do mês.

No acumulado, o mês registrou uma redução de 45.000 postos de trabalho (excluindo funcionários do governo), sendo esta a maior queda mensal de empregos desde março de 2023.

Após a divulgação dos dados, de acordo com swaps atrelados às datas das reuniões de política monetária, o mercado monetário aumentou as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve, precificando uma probabilidade superior a 60% de corte já no próximo mês.

Esses dados surgem em um momento em que várias empresas anunciaram planos de demissão nas últimas semanas. Um relatório da empresa de serviços de recolocação Challenger, Gray & Christmas Inc. mostrou que o número de demissões anunciadas pelos empregadores em outubro atingiu o maior nível para o período em mais de 20 anos, levantando preocupações sobre a saúde do mercado de trabalho.

A paralisação do governo mais longa da história dos EUA resultou no atraso da divulgação de dados econômicos importantes, como os relatórios de emprego de setembro e outubro. Os investidores têm dependido de indicadores alternativos, como os da ADP, para preencher essa lacuna de informações. No mês passado, a ADP anunciou que, a partir de agora, publicará a média móvel de quatro semanas das mudanças no emprego do setor privado, divulgando-a apenas três vezes por mês (não sendo publicada na semana do relatório mensal).

Esses números são preliminares e podem mudar à medida que novos dados forem adicionados. O relatório mensal mais recente da ADP, divulgado na semana passada, mostrou que o setor privado dos EUA adicionou 42.000 empregos em outubro, após dois meses consecutivos de queda.

Embora esse crescimento tenha sido bem recebido, ele não foi generalizado. Os setores de educação e saúde, bem como comércio, transporte e utilidades, lideraram o crescimento. Nos setores de serviços profissionais e empresariais, informação, lazer e hotelaria, os empregadores demitiram funcionários pelo terceiro mês consecutivo.

O relatório da época acrescentou: “Apesar do aumento limitado, os dados de outubro ainda são positivos, trazendo alívio para muitos economistas e investidores. Esses observadores de mercado geralmente acreditam que, devido à queda na demanda por mão de obra e à escassez de oferta, o crescimento do emprego permanecerá fraco por algum tempo.”

A economista-chefe da ADP, Nela Richardson, afirmou que, à medida que tanto a oferta quanto a demanda de trabalho desaceleram, os economistas estão buscando uma nova taxa de equilíbrio. Este é o número mínimo de empregos que a economia precisa criar a cada mês para manter a taxa de desemprego estável. Olhando para o futuro, a taxa de equilíbrio pode não ser mais uma constante estável, mas sim algo que mudará continuamente.