Os dados iniciais de pedidos de auxílio-desemprego apresentam um "show mágico": do maior nível em quase quatro anos, de repente se transformam na maior queda em quase quatro anos!

O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos teve a maior queda em quase quatro anos na semana passada, revertendo o aumento excepcionalmente grande da semana anterior e permanecendo consistente com o baixo nível de demissões na economia.

De acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho na quinta-feira, na semana encerrada em 13 de setembro, o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego diminuiu em 33.000, para 231.000. Isso está basicamente em linha com os níveis deste ano e não muito distante da tendência pré-pandemia. O número de pedidos contínuos de auxílio-desemprego (que representa o total de pessoas recebendo benefícios) caiu para 1,92 milhões na semana anterior, mas ainda está acima do limiar crítico de 1,9 milhões.

Essa queda reverteu o forte aumento da semana anterior, quando o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiu para o nível mais alto em quase quatro anos, coincidindo com o feriado do Dia do Trabalho, período em que os dados podem ser mais voláteis. Além disso, o aumento esteve concentrado principalmente no Texas, onde um funcionário atribuiu o fato a tentativas de fraude.

No relatório mais recente, o Texas afirmou que o aumento da semana anterior refletiu demissões em vários setores, incluindo comércio atacadista, artes e entretenimento, saúde e serviços de tecnologia.

A queda geral no número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego indica que, mesmo em um ambiente econômico incerto, as empresas continuam retendo funcionários. Ainda assim, desde a desaceleração acentuada do crescimento do emprego nos últimos meses até o arrefecimento da oferta e demanda de trabalho, o mercado de trabalho ainda mostra sinais de fraqueza.

Após manter as taxas de juros inalteradas durante todo o ano, o Federal Reserve retomou o corte de juros na quinta-feira devido a sinais de pressão no mercado de trabalho. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que já não pode mais descrever o mercado como “muito sólido”, e os formuladores de políticas também veem um risco maior de aumento do desemprego.

“O relatório de hoje questiona qualquer teoria sobre o súbito aumento das demissões na semana passada,” disse Carl B. Weinberg, economista-chefe da High Frequency Economics, em um relatório. “Também enfraquece as vozes dentro do Federal Reserve e do mercado que pedem cortes de juros mais frequentes e mais profundos.”

A média móvel de quatro semanas, que ajuda a eliminar a volatilidade, pouco mudou, ficando em 240.000.

Antes do ajuste sazonal, o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego também caiu mais de 10.000 na semana passada, com cerca de metade dessa queda vinda do Texas. Os pedidos em Connecticut e Michigan também caíram significativamente.