Setembro Vermelho Ressurge com Força Total

Setembro mais uma vez alcança o mercado cripto. Após um início promissor, a tendência se reverteu com uma brutalidade que atinge as principais capitalizações. Bitcoin, Ethereum e Dogecoin apresentam uma queda acentuada, expondo um claro esgotamento do impulso de alta. Como todos os anos nesta mesma época, o espectro de um “Setembro Vermelho” reaparece, alimentado por sinais técnicos enfraquecidos e um sentimento de mercado em forte declínio. Mais uma vez, o cenário de um mês vermelho parece se desenhar com insistência.

Indicadores técnicos de crescente pressão de baixa

Nesta segunda-feira, o Bitcoin encerrou a sessão em US$ 112.769, queda de 2,19% no dia, após mergulhar brevemente para US$ 111.986 devido a liquidações massivas. Essa queda aproxima a cripto da zona vermelha mensal: uma queda de apenas mais 4% colocaria setembro no vermelho, reacendendo uma dinâmica sazonal bem conhecida pelos investidores.

De fato, setembro é historicamente o pior mês do ano para o mercado. Todo o mercado cripto não foi poupado. A capitalização total perdeu 3,8%, caindo abaixo da marca de US$ 4 trilhões. Enquanto isso, os mercados tradicionais resistem: o S&P 500 sobe 0,5%, atingindo 6.690 pontos, confirmando um desacoplamento marcado em relação às criptos.

Os dados técnicos refletem um claro esgotamento do impulso de alta. Vários indicadores principais revelam as seguintes informações:

• O RSI (Índice de Força Relativa): em 44, indica um enfraquecimento do impulso, já que os vendedores dominam enquanto o indicador permanecer abaixo de 50;

• O ADX (Índice Direcional Médio): em 17, sinaliza a ausência de uma tendência clara;

• As médias móveis exponenciais (EMA): a estrutura técnica permanece teoricamente de alta (EMA50 > EMA200), mas o preço atual está abaixo da EMA50, o que é desfavorável para os compradores;

• O Indicador Squeeze Momentum: reflete uma fase de consolidação sem direção clara, frequentemente um precursor de movimentos bruscos por vir.

No curtíssimo prazo, vários níveis técnicos-chave merecem atenção especial: um primeiro suporte está em US$ 111.000, correspondente à mínima do dia, enquanto o verdadeiro piso está em US$ 108.500. Do lado da resistência, os níveis a serem rompidos são US$ 115.000 para um repique imediato e US$ 118.000 para se esperar uma reversão mais estrutural.

Esses sinais confirmam a perda de iniciativa dos compradores, em um ambiente de mercado onde a ausência de direção clara pode levar a um aumento acentuado da volatilidade.

Um mercado de Bitcoin fraturado: sentimento dos investidores em plena divergência

Além dos sinais técnicos, é também a análise do sentimento de mercado que completa o quadro atual. O Crypto Fear & Greed Index mostra uma pontuação de 45, a mais baixa registrada desde o início do mês.

Embora esse nível permaneça na zona neutra, revela uma mudança gradual em direção à cautela, até mesmo preocupação. Esse crescente descompasso entre análise técnica e sentimento de mercado é marcante. Os investidores ainda apostam em uma recuperação, mas os dados on-chain e o comportamento recente dos preços do Bitcoin retratam um cenário bem diferente.

A comparação com os mercados tradicionais acentua esse contraste. O índice S&P 500 está atualmente próximo de suas máximas históricas, enquanto as criptos estão em queda. Esse fenômeno de desacoplamento pode refletir um reposicionamento de capital, ou um retorno da aversão ao risco em relação a ativos mais voláteis como as criptos.

No curto prazo, o mercado permanece profundamente fraturado, entre sinais de baixa de um lado e esperanças de recuperação do outro. Se o suporte de US$ 112.000 for rompido de forma decisiva, uma correção para US$ 108.500 ou US$ 105.000 pode começar rapidamente. No médio prazo, tudo dependerá da capacidade do Bitcoin de manter sua estrutura de alta nas médias móveis e, acima de tudo, da reação do mercado a uma possível quebra do suporte.